25 novembro, 2016

CONSAGRAÇÃO À NOSSA SENHORA

No dia 21 de novembro de 2016, dia da apresentação de Nossa Senhora ao templo, teve lugar, na Igreja do Rosário da Boa Vista, na rua da Conceição, centro  da capital pernambucana, a renovação da consagração à Santíssima Virgem, segundo o método de São Luís de Montfort, pelos membros da Associação Dom Vital.

Desse modo, seguindo o calendário de nossas atividades, ratificamos nossa entrega total de escravidão à santa mãe de Deus. O celebrante da cerimônia foi o Pe. Edivaldo Oliveira, da diocese de Ciudad del Leste.

Ano passado, após um retiro com Pe. Edivaldo, a Associação Dom Vital iniciou, enquanto grupo, a proposta de seus membros e tantos amigos quanto possível se consagrar à Nossa Senhora, com o propósito de repeti-lo a cada ano, renovando as promessas do batismo e proclamando Nossa Senhora como mãe e Senhora de toda nossa inteligência e de nossa vontade.


Que no ano que vem possamos mais uma vez renovar este ato de fé.

23 novembro, 2016

Kant e a Morte da Metafísica (PARTE V - FINAL)

Conclusão

São evidentes as contribuições da metafísica às ciências naturais como botânica e zoologia, bem como às ciências não naturais, como filosofia e teologia. Sem a ordem cósmica, as semelhanças entre os diferentes seres seriam mera coincidência. Não haveria sentido em classificar os seres de acordo com suas categorias (que categorias?); em separar a botânica da mineralogia, enfim, sem a ordem no universo, não poderíamos afirmar que uma semente de girassol é um girassol em potencial, por exemplo.

O homem médio pode não perceber que ao destruir a metafísica, destrói-se a ciência, a teologia e, inclusive, a razão. O Pensamento fica aleijado. Como alguém, a bem da razão, duvida até da própria razão? É óbvio que não é a serviço da razão que eles trabalham. Contra filósofos como esse, São Paulo adverte:

Cuidado com esses cães! Cuidado com esses charlatães! Cuidado com esses mutilados (Filipenses 3:2)”.
  
Os modernistas parecem ter extrapolado todos os limites. O livre-pensamento, após tudo questionar, questionou a si mesmo, aniquilando-se como uma serpente devorando o próprio rabo. Pareceria uma mera alegoria, não fosse pelo fato de alguns modernistas realmente representarem a eternidade com a imagem duma serpente (ou dragão) devorando-se. Fato similar ocorre no campo das artes. Questionam-se todos os limites e atributos da arte. Até que todos os caracteres que faziam algum produto da mente humana ser chamado de arte desapareçam, e o produto não possa mais ser chamado de arte. Logo, percebemos que o motor dos modernistas, desde Kant até os mais recentes, é a revolta contra a existência. Essa revolta contra a realidade e contra tudo o que há, tem origem na Gnose, uma espécie de “Antropoteísmo” (religião do homem). Para melhor entender a Gnose, recomendamos o Livro do Professor Orlando Fedeli: “Antropóteísmo” (FEDELI, Orlando. Antropoteísmo - A Religião do Homem. São Paulo: Editora Celta, 2011).
 



O fato é que os modernistas desaprenderam a pensar. Esqueceram que todo conhecimento parte de um fato. A ciência consiste justamente em acreditar nesse fato e em desenvolver as consequências dele. Imaginemos que, em vez de formular a Teoria da Gravitação Universal, Newton ficasse duvidando da queda da maçã. Imaginemos se Pitágoras resolvesse duvidar dos três lados do Triângulo Retângulo. Não sabemos o que é mais assustador, se é o absurdo existente nessas “filosofias” modernas, ou se é a amplitude e penetração dessas sandices no mundo atual. Como pode haver tanta gente acreditando nessas fraudes? Explicaremos.  

Kant personifica a figura do "louco", descrita por Chesterton no seu livro "Ortodoxia". Segundo o autor, o louco é aquele que perdeu tudo, menos a Razão. Perdeu a Fé em Deus, daí não consegue enxergar, ou não quer admitir sua pequenice. Perdeu a Moral, então não será capaz de compreender a beleza por trás de um "muito obrigado". Perdeu a humildade, por isso não consegue admitir a existência de um "Mistério". Não acredita em nada, exceto em si mesmo. E para onde vão aqueles que acreditam em si mesmos? Ao manicômio Hanwell*, ora. Mas não nos enganemos. Esses loucos são capazes de enganar muita gente. Seu racionalismo é capaz de disfarçar as heresias mais absurdas; de seduzir os “intelectuais” de plantão. Suas explicações são sempre muito bem elaboras, mas seus frutos são sempre maus. 

Honestamente, não dá para analisar o kantismo sem lhe atribuir uma patologia psicológica grave. Além dos erros científicos, seu pensamento aprisionou os modernistas num cosmos muito menor do que o mundo cristão tradicional. Vale dizer: os modernistas vivem num cosmos pequeno e sem graça. No mundo cristão há metafísica; virtudes morais a serem alcançadas; pecados e vícios a serem vencidos; misericórdia de Deus e Vida Eterna. No mundo cristão nós temos dogmas que ao invés de nos prender, libertam-nos. Somos livres para acreditar em destino, ao mesmo tempo acreditamos em livre-arbítrio. Acreditamos na Ciência e no seu poder, mas ao mesmo tempo reconhecemos que há mistérios que somente Deus conhece. Isso nem sempre nos leva para o céu, mas certamente nos livra do Hanwell.




County Asylum at Hanwell. – Instituto Mental Hanwell.


Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós.
Bruno Silveira.




Referências:
CHESTERTON, Gilbert Keith. Ortodoxia. São Paulo: Mundo Cristão, 2008, p.264;
FEDELI, Orlando. Antropoteísmo – A Religião do Homem. São Paulo: Editora Celta, 2011;
AQUINO, São Tomás de – Suma Teológica. Brasil: Loyola, 2001;
Concílio do VATICANO I, Denzinger 3000 a 3075 (1869 - 1870);
Encíclica "Humani generis", Denzinger 3875 a 3899 (1950);

22 novembro, 2016

O ouro no templo de Deus

Já se ouviu vindo de todos os lados que Deus Nosso Senhor repudia a riqueza, o ouro, a ostentação. Óbvio que essa é uma leitura incorreta sobre o que Deus fala da riqueza. Nosso Senhor tinha amigos ricos e não era contra a riqueza em si. Alertou, todavia do apego aos bens. E note, pode-se apegar de qualquer coisa. Qualquer bem, do mais simples, ao mais grandioso, pode fisgar o coração do homem. Um homem rico, apesar de ser difícil de entrar no Reino dos Céus, pode ter desapego aos bens; um pobre, pode ter apego aos poucos bens que possui. É necessário vigiar. 
Igreja de São Francisco. Salvador, BA.

Mas voltemos. Escuta-se sempre de vozes destoantes que a Igreja acumula ouro, que a riqueza da igreja deveria ser retirado do templo. Os templos protestantes são pobres em imagens, símbolos e arte. Um templo protestante reflete a tristeza daquela crença malsinada. 

16 novembro, 2016

A protestianização da cultura - Parte II

Segunda parte do texto protestianização da cultura do padre Javier Olivera Ravasi e traduzido pelo Frei Zaqueu o qual cedeu a Associação Dom Vital para publicação.

Parte I aqui


5. A influência do Protestantismo na cultura atual
O padre Julio Meinvielle em sua obra já clássica intitulada “O comunismo na revolução anticristã”[24], assinala com precisão que, no homem coexistem quatro formalidades, isto é, quatro constitutivos. O homem é, antes de tudo, um aliquid, ou seja, um algo, uma coisa; mas ao mesmo tempo, o homem é também animal, quer dizer, é um ser sensível, que segue o bem deleitável. Mas não só isso: o homem é também homem, ou seja, é um ser racional que se guia pelo bem honesto e pode alcançar e apreender a verdade; mas acima destas três formalidades, o homem também é capaz de Deus, está chamado à vida em comunhão com Ele, que é a vida sobrenatural.
Esquematizando então, poderia se dizer que quatro são as formalidades:

a. A formalidade sobrenatural ou divina.
b. A formalidade humana ou racional.
c. A formalidade animal ou sensitiva.
d. A formalidade da mera realidade ou da mera coisa.

Seguindo este mesmo esquema tentaremos ver como as teses protestantes que temos selecionado têm podido influir em nossos hábitos culturais. Mas antes uma objeção: poderia se dizer que o Protestantismo como tal, isto é, como religião, parece estar extinto em sua raiz mais acabada; e no entanto, a forma mentis, os hábitos que ela engendrou, inclusive em ambientes católicos, esteja muito viva. Porque uma heresia pode morrer como confissão religiosa mas suas consequências culturais podem perdurar no tempo.

09 novembro, 2016

Arnaldo de Bréscia, um nazi-fascista medieval?

Um dos temas estudados pela Dom Vital neste mês de novembro foram as heresias medievais. Dentre tantos movimentos heréticos surgidos no século XII chama atenção aquele que foi difundido e pregado por Arnaldo de Bréscia.



Nascido em Bréscia, por volta de 1100, estudou filosofia em Paris com Abelardo, com quem manteve uma amizade duradoura.[1] Pregou uma daquelas heresias com claro matiz político-social e, por conta de sua difusão, convulsinou Roma.

Arnaldo tinha convicções republicanas, atacou o clero e via na opulência da Igreja a origem de todos os seus males. Foi denunciado pelo seu bispo no Segundo Concílio de Latrão, sendo obrigado a abandonar a Itália. Em Paris continuou a atacar o clero até ser expulso de França por insistência de São Bernardo. Em 1144 retornou a Roma, reconciliando-se com o Papa Celestino II.[2]

Em Roma Arnaldo pregava a reconstrução do Capitólio, a renovação do Senado, a reforma da ordem equestre, inspirado nas antigas instituições romanas. Formulava a separação dos poderes espiritual e temporal, cabendo, portanto ao Sumo Pontífice a jurisdição eclesiástica sem o governo de Roma. Por conseguinte, advogava que a Igreja se desfizesse de todos os seus bens terrenos.


05 novembro, 2016

Kant e a Morte da Metafísica (PARTE IV)

Os mistérios do mundo cristão

“Se algum dia os fundamentos da terra puderem ser sondados, somente então poderia eu abandonar a raça de Israel” (Jeremias 31:37)





Os mistérios são fenômenos insondáveis. O mistério é o equilíbrio de aparentes paradoxos. A importância do mistério não reside em ser desvendado, mas em desvendar o mundo. Porque o mistério é como uma luz, contra a qual não podemos olhar diretamente, mas que ajuda a enxergar todo o resto. Tomemos como exemplo o Pecado Original. Se esse mistério fosse conhecido por Rousseau, não implicaria no ingênuo mito do Bom Selvagem. Sobre o qual a célebre frase: “O homem nasce puro e a sociedade o corrompe”. Faltou dizer quem corrompeu a sociedade... Se o Pecado Original fosse considerado por Karl Marx, ele certamente não colocaria a culpa dos males do mundo na propriedade. Pobre propriedade.

Tomamos o Pecado Original como exemplo, porque grande parte do problema da gnose e das filosofias modernas surge da deficiência em explicar a origem do mal. Por mais elaborado e elegante que pareça o sistema gnóstico, ele sempre vai tropeçar na questão da origem do mal. E no final das contas vai cair em contradição, ou numa fábula bem menos crível que o Texto das Escrituras. Todavia, podemos tomar cada mistério isoladamente e encontraremos nele fundamento para realidade. Segundo G. K. Chesterton: "o homem pode compreender tudo com a ajuda daquilo que não compreende". Os mistérios da fé católica nos ajudam a entender o mundo e a existência.

"Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar." (Rm 1,20)

"Denzinger - 3016. Em verdade, a razão, iluminada pela fé, quando investiga diligente, pia e sobriamente, consegue, com a ajuda de Deus, alguma compreensão dos mistérios, e esta frutuosíssima quer pela analogia das coisas conhecidas naturalmente, quer pela conexão dos próprios mistérios entre si e com o fim último do homem; nunca, porém, se torna capaz de compreendê-los como compreende as verdades que constituem o seu objeto próprio, pois os mistérios divinos, por sua própria natureza, excedem de tal modo a inteligência criada, que, mesmo depois de revelados e aceitos pela fé, permanecem ainda encobertos com os véus da mesma fé, e como que envoltos em um nevoeiro, enquanto durante esta vida vivermos ausentes do Senhor; pois andamos guiados pela fé, e não pela contemplação [2 Cor 5,6 s]." (PIO IX - Concílio do VATICANO I (20° ecumênico): 1869 - 1870 - grifos nossos).

"Denzinger - 3026. Cân.1 – Se alguém disser que o Deus uno e verdadeiro, Criador e Senhor nosso, não pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas – seja excomungado [cf. nº 1785]." (PIO IX - Concílio do VATICANO I - 2. Sobre a revelação: 1869 - 1870)."

Os modernistas acusam os cristãos por não conseguirem resolver seus mistérios. Mas os mistérios são justamente a parte da realidade que não deve ser resolvida. O Inferno, por exemplo, não é para ser compreendido racionalmente, mas para ser evitado a todo custo. Os modernistas dizem que não existe fundamento racional para a ética (embora pareça racional evitar o fogo eterno), e a verdade é que realmente não existe. Não há fundamento racional para a ética, simplesmente porque não é para haver. Toda ética e toda a moral se fundam na Religião, e não na razão. E a Religião consiste no tesouro, que nos foi entregue pelo Deus vivo. A grande descoberta do racionalismo foi perceber que nossa razão não é capaz de explicar a ética. Brilhante.


Bruno Silveira

Parte I aqui

Continua...

04 novembro, 2016

A protestianização da cultura - Parte I

A protestianização da cultura¹
P. Javier Olivera Ravasi

(TRADUÇÃO FREI ZAQUEU)
freizaqueu@gmail.com


O artigo abaixo é a primeira parte da tradução realizada pelo frei Zaqueu e cedido a Associação Dom Vital sobre a protestianização da cultura. O texto original é do padre Javier Olivera Ravasi.




“Lutero é o protótipo
das idades modernas” (Fichte)


O Pe. Cantalamessa, pregador quaresmal e pontifício, neste ano de 2016 nos deixou umas palavras que trouxeram, entusiasmo por um lado e desconcerto por outro:
O mundo cristão nos prepara para celebrar o quinto centenário da Reforma em 2017. É vital para o futuro da Igreja não perder esta ocasião, permanecendo prisioneiros do passado, ou limitando-se a usar um tom mais conciliador no estabelecimento dos acertos e erros em ambos os lados. É o momento de dar, creio, um salto de qualidade, como quando uma barca chega à comporta de um rio ou de um canal que lhe permite prosseguir a navegação a um nível superior.
Consideramos -há que dizê-lo- bastante desafortunada a frase utilizada para referir-se à Reforma. “Celebrar” implica “festejar”, “recordar com alegria”, “elogiar”… e, assim como ninguém em sã juízo “celebra” a morte de um ser querido, a separação de um cônjuge, ou a enfermidade de um amigo, tampouco deveria fazer-se o mesmo com o episódio quiçá mais doloroso da História da Igreja, que não somente quebrou a unidade da Cristandade mas que, segundo alguns, arrastou as melhores de sus partes.

O cardeal Koch, presidente do Conselho Pontifício para Unidade dos Cristãos (alguém a quem não se pode chamar de “tradicionalista”) já havia expressado em 2012 que não era possível “celebrar um pecado” pois “os acontecimentos que dividem a Igreja não podem ser chamados um dia de festa”[2]. Ao que tudo indica, quatro anos depois, os ventos da mudança lograram reciclar o prelado suíço, quem terminou promovendo a celebração de um ato ecumênico na Suécia para “comemorar” não a “divisão, mas a renovação da Igreja” querida por Lutero[3].

02 novembro, 2016

BIBLIOGRAFIA PARA REFUTAR O PROTESTANTISMO

Lembramos uma das cartas do Prof. Orlando em que ele sugere excelente bibliografia para se refutar, entender e atacar o protestantismo.

PERGUNTA


Nome: Paulo
Enviada em: 16/08/2000
Local: São Paulo -
Religião: Católica

Caro professor Fedelli,

A algum tempo acesso este tão precioso site da Associação Cultural Montfort, que é um bastião da defesa da ortodoxia católica, e onde os corações inflamados pela verdade de seus colaboradores esclarecem avisam e doutrinam no reto caminho.

Participo de uma lista de discussão católica, e recentemente, um dos participantes enviou este texto protestante, que houvera recebido condenando a igreja católica desde sua origem. Decidimos então criar uma réplica à este texto, comentando tópico por tópico suas afirmações enganosas. Para tanto, estamos nos lançando num processo de pesquisa e estamos coletando informações para responde-lo adequadamente.

Portanto, apreciaríamos um auxílio seu, que fosse a indicação de fontes de pesquisa, seja pela internet ou através de documentos históricos ou eclesiásticos, para que possamos contra atacar tal compendio de heresias que distanciam tantas almas do verdadeiro caminho.

Agradeço desde já sua atenção, 

Paulo Sérgio Pedrosa
 
RESPOSTA


Prezado Paulo, Salve Maria.

Agradecemos sua consulta e seu elogios, que nos alentam a prosseguir com entusiasmo na defesa da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Alegra-me ainda saber de seu desejo, e de seus amigos, de participar desse combate, refutando as heresias e o ódio dos protestantes contra a única Igreja de Cristo, a Igreja Católica Apostólica Romana.

Há em nosso site inúmeras refutações da loucuras protestantes. Você poderá usá-las, citando nosso site como fonte. Recomendo-lhe que consulte também o livro do Padre Leonel Franca "A Igreja, a Reforma e a Civilização."
Há ainda uma obra de Lúcio Navarro -- "A Legítima Interpretação da Bíblia", da Campanha de Instrução religiosa - Recife 1958, que é de ótima ajuda ao ser consultada.

É extremamente útil citar os próprios livros de Lutero, especialmente as famosas "Conversas à Mesa" (Tischreden), nas quais o heresiarca de Witenberg diz os maiores horrores e blasfêmias.
Você poderá ter outra boa fonte no livro "Lutero", de Franz Funck Brentano. Evidentemente as obras de Grisar, particularmente "Martin Luther sa vie et son oeuvre" P Lethielleux, Paris, 1931, são excelentes para refutar os protestantes.

A revista Trenta Giorni publicou artigo noticiando a obra do Padre Theobald Beer -- que encontrou os cadernos pessoais de Lutero -- e que prova, com esses documentos luteranos originais, como Lutero era um gnóstico, que julgava que Cristo era Deus e o diabo ao mesmo tempo.
Quanto à bibliografia contida no folheto protestante que você nos manda, que está espalhada pelo artigo, que é, como o seu conteúdo, de toda pobre, destaco os 3 abaixo:
1) O Papa e o Concílio, citado sem autor, foi feito na Alemanha em 1870 sob o pseudônimo de Janus por encomenda de Bismarck, para atacar o Vaticano I e os jesuítas particularmente, tendo sido esquecida depois por ser um trabalho inferior; traduziu-o Rui Barbosa, em sua juventude, e depois teria se arrependido, pelo ataque apaixonado que o livro faz contra a Igreja católica, não permitindo mais sua reimpressão enquanto vivo; após a sua morte, reimprimiram a obra, rejeitando porém um prefácio que explicava o arrependimento de Rui Barbosa.
2) Roma, a Igreja e o Ante-Cristo(sic), anônimo também no artigo, foi escrito em 1931 pelo sr. Ernesto Luís de Oliveira, para tentar responder ao "A Igreja, a Reforma e a Civilização" do Pe. Leonel Franca; a resposta do padre está no livro "Catolicismo e Protestantismo", editado pela Agir. (Não existe mais, só é possível encontrar em sebos). Como o primeiro livro da série, este terá a mesma característica: repetir as mesmas falsidades já refutadas, e se arvorar de verdadeiro defensor da verdade, diminuindo a obra que o precedeu, dizendo que não foi digno defensor do protestantismo.
3) Vale a pena ler "A Igreja, a Reforma e a Civilização", "Catolicismo e Protestantismo" e "Protestantismo no Brasil", todos do Pe. Leonel Franca, que respondem as questões protestantes e desmascaram suas falsificações, que não são poucas (como exemplo, sempre que citam S. Mateus XVI, 16-19, eles reduzem o período para o versículo 18, e algumas vezes, apenas à segunda metade, isolando os dois termos "Pedra"! Com isto quebram o sentido do episódio, que compreende os versículos citados)
É claro que sempre que vocês tiverem alguma dúvida ou dificuldade em que pudermos ajudá-los, estaremos à disposição para combater com vocês a heresia protestante.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

Fonte: http://www.montfort.org.br/bra/cartas/apologetica/20040830124106/