03 maio, 2020

UM ESTRANHO VÍRUS

Na variação do texto anterior...

O vírus é eugênico: mata os fracos, os idosos, os que padecem de alguma incúria. Por consequência é capaz de elevar o estilo de vida fitness em um patamar padrão, as academias, os crossfits, as psicoses
da boa saúde. O vírus atinge mais os idosos o que significa que ele é seletivo, ataca os que tem experiência, mata a memória de uma família, de um povo.

O vírus pede o confinamento. A vida confinada desfavorece um estilo de vida católico que é da alegria e do encontro. 


O vírus atinge os que buscam viver segundo o evangelho, com família numerosa, com o gosto do trabalho. Imagine hoje a vida nas grandes cidades, nos locais em que as casas diminuíram ou viraram apartamentos. Agora imagine uma família de mais de dois filhos em um apartamento de pouco mais de oitenta metros quadrados, de quarentena, confinados. Se se comparar ao funcionário público, seguro no seus vencimentos, com estilo de vida moderno, quando muito casado e criando um cachorro, assistindo lives e labutando no seu home office, o estilo de vida trazido pelo vírus pode até ser mais confortável. Portanto, o vírus ataca o modo de viver católico, da família numerosa, com a alegria dominical dos filhos e dos amigos.


O vírus favorece a preguiça. O vírus exige o confinamento. Em casa há um limite de atividades, tudo fica cansado, monótono, repetitivo. É azo para não fazer nada ou dissipar o tempo com filigranas, com curiosidades inócuas na internet, vídeos, lives, enfim, uma série de ocupações que distraem dos verdadeiros problemas.

O vírus mata a capacidade de iniciativa das pessoas. Mesmo que você seja uma pessoa ativa, que tenha projetos e sonhos, o vírus limita sua atividade àquilo que é permitido pelo comportamento dele. Você não pode ousar a fazer mais nada que o vírus não deixe.

O vírus ataca a religião. É um ataque frontal à igreja, seja na Eucaristia, seja na assembleia. Ele fala que não se permite o toque e nem o ajuntamento. Ora, na igreja existe necessariamente o ajuntamento. Hoje há uma inversao das palavras de Nosso Senhor: Onde dois ou três se reúnam, o coronavírus pode atacar. Logo, está proibido o encontro para louvar a Deus. Segundo ponto, ainda mais grave, é a proibição de tocar aquilo que o outro tocou. Portanto, como ninguém sabe se o padre está contaminado, é razoável que ele não ministre a comunhão para os fiéis, uma vez que pode através Dela passar a doença (SIC).

Por via de consequência, o vírus favorece uma religião pessoal, subjetiva, longe do padre, ou ao menos pelo streaming, sem o contato real com a Eucaristia e impondo uma religião de âmbito doméstico, sem o culto público regulando a vida e a atividade.

O vírus é comunista, logo, ideológico, posto que ele veio para quebrar as economias, os investimentos, as livres iniciativas, até mesmo a noção de propriedade, de liberdade de ir e vir, de maneira de pensar, de viver, de agir. Tudo agora deve o obedecer a uma agenda do padrão de vida tutelado pelo estado que diz o que você vai ou não fazer.

O vírus também é ecológico. Como ele fez paralisar as atividades, diminuiu os poluentes, limpou os canais, os rios e etc.

O vírus é impuro posto que favoreceu o crescimento da pornografia cibernética e aumentou desproporcionalmente a busca por obscenidades nas redes.

O vírus é anárquico. O vírus fez com que os juízes retirassem os bandidos da cadeia o que provocou instabilidade social devido às reincidências desses elementos que foram soltos: estupros, assassinatos, trágicos, entre outros crimes noticiados.

O vírus é corrupto uma vez que favorece as fraudes nas licitações, desvios de verbas, maquinações da situação real.


Antônio Manuel, 03 de maio de 2020.