22 novembro, 2016

O ouro no templo de Deus

Já se ouviu vindo de todos os lados que Deus Nosso Senhor repudia a riqueza, o ouro, a ostentação. Óbvio que essa é uma leitura incorreta sobre o que Deus fala da riqueza. Nosso Senhor tinha amigos ricos e não era contra a riqueza em si. Alertou, todavia do apego aos bens. E note, pode-se apegar de qualquer coisa. Qualquer bem, do mais simples, ao mais grandioso, pode fisgar o coração do homem. Um homem rico, apesar de ser difícil de entrar no Reino dos Céus, pode ter desapego aos bens; um pobre, pode ter apego aos poucos bens que possui. É necessário vigiar. 
Igreja de São Francisco. Salvador, BA.

Mas voltemos. Escuta-se sempre de vozes destoantes que a Igreja acumula ouro, que a riqueza da igreja deveria ser retirado do templo. Os templos protestantes são pobres em imagens, símbolos e arte. Um templo protestante reflete a tristeza daquela crença malsinada. 



Ora, o templo de Salomão, construído em nome do Senhor, era prenhe em ostentação e riqueza. Sem embargo, assim dizem as Escrituras: O santuário tinha vinte côvados de comprido, vinte côvados de largo e vinte côvados de alto. Salomão revestiu-o de ouro fino: o altar cobriu-o de cedro. Cobriu, além disso, de puríssimo ouro, a parte do templo que estava diante do santuário, e pregou as lâminas (de ouro) com pregos de ouro. Nada havia no templo que não estivesse coberto de ouro: até cobriu de ouro todo altar do oráculo. I Reis, 6,20-22.

E aqui há uma boa resposta às serpentes da teologia da libertação. O Abade Suger, ainda na Idade Média, deu excelente argumento : Se todo esse ouro no templo da Antiga Aliança era feito para guarnecer sangue de animais, o que se poderá reservar para guarnecer o sangue de Cristo? 

Que os templos de Deus tenham riqueza e tenham ouro, para Deus.


Antonio Manuel