17 maio, 2016

LITURGIA

Visitando muitas mesquitas no Egito, na Síria, na Jordânia e Chipre, percebi  que sempre havia muçulmanos rezando. Enquanto liam o Alcorão, sacudiam o corpo de um lado para o outro. Geralmente estavam assentados sobre os tapetes que recamam inteiramente o pavimento da mesquita. Fazem a oração voltados para Meca. Por esta razão há um pórtico na parede da mesquita para dar o rumo  certo. Fui depois informado que tais movimentos foram determinados por Maomé por razões calistênicas e não religiosas. Sabendo da indolência do oriental, ele prudentemente preceituou alguma ginástica.

Bem diversa é a finalidade da liturgia da Igreja. Os gestos e movimentos possuem um simbolismo religioso. Que belo é o significado do sinal da cruz. O cristão se envolve com a cruz redentora, ao mesmo tempo que recorda as três pessoas divinas que nele habitam – em nome das quais inicia ou termina a ação. A água benta com que se benze na entrada da igreja, exprime o desejo de purificar a alma. Historicamente vem do costume oriental de lavar-se da poeira dos caminhos, antes de entrar no templo de Jerusalém. Os muçulmanos ainda hoje praticam estas abluções, na fonte que está no pátio das mesquitas maiores.

Se à hora do Evangelho levantamo-nos, é para significar nossa prontidão em seguir a palavra de Cristo. Genufletir é um sinal de veneração ou adoração. O gesto, sendo consciente, tem uma grande força psicológica. Pensa no valor de uma genuflexão bem feita.

Um sacerdote que se julgava só na igreja, fez com todo respeito a sua genuflexão. Uma pessoa incrédula, que observava do fundo do templo, converteu-se diante de tal sinceridade.


A liturgia está a serviço de Deus e só tem sentido quando reflete uma atitude interior de adoração. Deve ser nobre, devota e sincera.

Pe. Raupp, Alvoradas, pp. 182 e 183. Edições Paulinas, 1965.