04 outubro, 2023

A facada do idioma e a laicização da religião

 

 

Maquiavel discorre acerca da dificuldade de um príncipe governar sob uma monarquia mista. É quando ele fala de Estado que é anexado a outro previamente existente, podendo ser da mesma região e falar a mesma língua ou não. O florentino diz que é mais difícil impor o mando a uma região de língua diversa, o que exigirá mais habilidade do príncipe se impor. Analisando alguns fatos históricos, traz à lume a ocupação de Luís XII, da França, nos territórios da Itália, dizendo que ele fez tudo oposto daquilo que deveria ser feito para manter o domínio sobre um Estado estrangeiro.

Esse trecho de Maquiavel sofreu um comentário de Napoleão nos seguintes termos: Imporei aí, por decreto, o uso da língua francesa, começando pelo Piemonte, que é a província mais próxima da França. Nada é mais eficiente, para introduzir os costumes de um povo em outro estrangeiro do que impor-lhes sua língua.[1]

03 outubro, 2023

O Velho Senado


 

                                                                                           Paulo Eduardo Razuk

 

 

 

 

A Constituição Política do Império do Brasil, de 25 de março de 1824, estabelecia que o Senado era composto de membros vitalícios, com idade mínima de quarenta anos. O candidato deveria ser “pessoa de saber, capacidade e virtudes, com preferência os que tivessem feito serviços à Pátria”. A eleição era em âmbito provincial, organizando-se em lista tríplice, onde recaía a escolha da Coroa.

 

Era uma câmara de representantes das províncias, mais idosos, formada de notabilidades políticas, administrativas, judiciárias, militares, intelectuais e industriais, a quem a Constituição dava a inamovibilidade só em vista do alto interesse político, em contemplação não de uma época qualquer de paixões sociais, sim do futuro inteiro e grandioso do Brasil. (1)

 

09 maio, 2023

A RELIGIÃO PÚBLICA E A RELIGIÃO PRIVADA

 

A religião pública se delineou desde há muito tempo com a finalidade de ocultar e em seguida substituir a religião do Verbo. O humanismo foi atraindo o homem para o centro dos quadros e relegando Nosso Senhor para a sombra e escuridão, tudo endossado por uma certa doutrina que fala sobre a divindade que está espraiada em todos.

Essa religião pública começou em um nível racionalista e enxergou no Estado nacional a manifestação da inteligência ordenadora: tudo pelo Estado que dita as regras do que é verdadeiro. O bom e o belo, claro que não importam mais. Aqui é de constatar que o aparecimento do positivismo jurídico exerceu presença fundamental.

18 abril, 2023

O VALOR DO TRABALHO

                                                                                                                          Paulo Eduardo Razuk

 

             Diz o Gênesis, sobre a queda do homem que, em consequência do pecado original, a sentença divina condenou o homem a comer o seu pão com o suor do seu rosto, até que retornasse ao solo, pois dele fora tirado e ao pó tornaria.

          Em 15 de maio de 1891, o Papa Leão XIII, na Encíclica Rerum Novarum, ensina que a pobreza não é um opróbio, não se devendo corar por ter de ganhar o pão com o suor do seu rosto. O Filho de Deus e Deus ele mesmo quis passar aos olhos do mundo por filho de um artífice, chegando a consumir grande parte da sua vida em trabalho como carpinteiro, filho de Maria.